segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Ser doula

Ser-se Doula é AMAR!
Amar o Universo, o Mundo, a Natureza, a Vida;
Amar o Próximo: os que já nos acompanham e os que hão-de chegar.
Porque quem ama Partilha: Informação, Disponibilidade, Carinho, Espaço e Tempo, Situações e Acontecimentos.
Quem ama Apoia, ouve, está presente ou ausente conforme necessário, consoante o momento.
Colmata sem mencionar, Encoraja e Ajuda a Crescer;
Ajuda, quantas vezes sem chegar a necessitar de ouvir um pedido.
Observa e lê o silêncio e o corpo do Outro, lê nas entrelinhas.
Tudo isto é ser-se Doula e tal será mais fácil, porque verdadeiro, se nos colocarmos no lugar do Outro e soubermos vestir a sua pele, de uma forma serena, mas alerta, com uma postura relaxadamente atenta
Ser Doula é, acima de tudo, SENTIR e agir em sintonia.
Sentir-se e ao Outro, Sentir momentos, Sentir desejos/necessidades e medos/receios, contribuindo para suprimir as primeiras e ajudando a minimizar ou mesmo anular os segundos.
Sentir e Responder, tantas vezes com silêncio ou ausência, outras tantas com uma palavra, um sorriso ou uma atitude;
Para tal, é necessário aliar o CONHECER.
Novamente, de si mesmo e do Outro, das relações, das histórias que fazem a vida de cada um, de experiências vividas, desejadas ou sofridas;
Da Realidade, visível… ou não!
Conhecer factos, dados, estudos, investigações e poder utilizar tudo isto (ou esquecer) em benefício da futura Mãe e do novo bebé: é INFORMAR.
Sem influenciar, opinar, sugerir, muito menos obrigar. A futura Mãe tem decisões a tomar e é bem informada que permite a si mesma (e ao seu companheiro) a total liberdade de escolha.
É ser MATERNAL de uma forma saudável. Transmitir confiança e deixar que a Futura Mãe o seja: não permitir que esta se esconda debaixo da asa da Doula, pois a Mãe é a outra mulher.
É contribuir somente no que for necessário, mas não deixar nunca a retaguarda. É certificar e garantir as necessidades básicas de PRIVACIDADE, SEGURANÇA, CONFIANÇA e CONFORTO.
É permanecer em silêncio, quantas vezes quando todos os outros falam ou querem falar, opinar ou mesmo decidir.
É ter em nós um pouco de Gato, de Freud, de Guarda-Costas e de Sábio…
Ser Doula é ser RESPONSÁVEL. Actualizar conhecimentos para estar informada e informar correctamente, não tomar decisões de ânimo leve, ter consciência que se é Doula e não obstetra, enfermeira ou parteira, não descuidando a necessidade da presença de Técnicos de Saúde em algum momento de todo o processo Gravidez – Parto – Pós-Parto. Mas não estar prisioneira de uma equipa técnica.
É saber o provável valor de um simples duche ou da água à temperatura do corpo.
Muitas vezes, é simplesmente esperar, quando não se está certa de nada.

É ajudar a ajudar. Contribuir para partos mais fáceis, mais simples, mais curtos, porque mais saudáveis, mais íntimos e em respeito de Mãe e Bebé mamíferos. Partos mais bonitos, porque completos e vividos em pleno por Mãe e Bebé. Sempre que possível, da forma mais natural, porque animal, e sem intervenção medicamentosa ou intrusiva.
Naturalmente!

Um abraço muito apertado à Teresa Chuva pelo texto inspirador!

4 comentários:

Chuva disse...

Confesso que babei um bocadinho, mas estou a recompôr-me.
A "inspiração" vem do cada vez maior conhecimento da(s) Mulher(es) e da sabedoria da Natureza.
Obrigada pela confiança e por aprender cada vez mais convosco.
Beijo enorme,
Teresa

Anónimo disse...

E agora estou sem palavras. Já não sei o que escrever sobre o que é uma Doula. Não há nada a acrescentar.
Parabéns Teresa.
Beijinhos para todas.
Magda

Anónimo disse...

Teresa, Muitos parabéns! conseguiste colocar por palavras a essência da Doula :)
Estou emocionada com o teu texto.
Obrigada Luísa por tê-lo disponibilizado
beijinho
Cris

A Horta Encantada disse...

Lindo !!!!