quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Primeiro Encontro de Doulas em Portugal

O Primeiro Encontro de Doulas em Portugal vai realizar-se dia 27 de Fevereiro, domingo, pelas 15horas na Expo.
Doulas, amigas e outras pessoas interessadas na humanização do parto são todas bem vindas.
O encontro será nas escadas de madeira á saida do centro comercial Vasco da Gama, para o Parque Expo.

Informações através de doulasdeportugal@yahoo.com

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Parabéns à Susana Pinho

Muitos parabéns à Susana Pinho e ao Jorge pelo nascimento do seu filho Miguel, ontem dia 15 de Fevereiro às 20h53m.

A Susana chegou à Maternidade do Hospital Amadora-Sintra (onde foi muito bem recebida pela equipa de serviço) já com 10cm de dilatação.

Foi muito bem acompanhada pela Doula Cristina Pincho, a quem as Doulas de Portugal dão os parabéns merecidos!

Abraços a todos!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Amamentação

"As vantagens da amamentação já foram irrefutavelmente demonstradas e as pesquisas actuais continuam a encontrar novos benefícios.

Ciente destes factos, a maioria das mães quer amamentar os seus bebés. Infelizmente muitas desistem da ideia ou desmamam cedo os seus filhos ao depararem-se com problemas para os quais não encontram o auxílio de que necessitam. Aquilo que acontece durante o parto, o nascimento e as primeiras refeições pode influenciar em larga medida o sucesso ou o fracasso da amamentação.
(…)
O que poderá ajudar as mães e os bebés a começarem a amamentação da melhor maneira possível?
Manter mães e bebés juntos após o parto é bastante útil.
Os recém-nascidos que começam a mamar num espaço de duas horas a seguir ao parto têm menos probabilidade de virem a ser desmamados cedo do que bebés que só começam a mamar quatro ou mais horas a seguir ao nascimento. Isto não quer dizer que nos casos em que o bebé necessite de escudos especiais (ou não possa mamar por qualquer outra razão), a amamentação esteja condenada ao fracasso, mas indica que estas mães e estes bebés precisam de auxílio adicional para conseguirem estabelece-la.
(…)
O sucesso da amamentação depende em larga medida do posicionamento correcto do bebé e da sua forma de tomar o seio. A melhor forma de aprender as posições mais favoráveis à amamentação consiste em observar várias mães a amamentar os seus bebés, mas na nossa sociedade, poucas mulheres têm essa oportunidade. Se tiver a oportunidade de assistir a reuniões da La Leche League durante a gravidez, aprenderá bastante sobre a amamentação.

A posição mais comum para a primeira amamentação é aquela em que a mãe se mantém sentada com as costas apoiadas e uma almofada no colo para segurar o bebé ao nível dos seios. Utiliza o antebraço, junto à articulação do cotovelo, para apoiar a cabeça do bebé, coloca o braço da criança à volta da cintura e, com a outra mão, segura o seio junto à cabeça do bebé. Deve ter o polegar na parte superior do seio e todos os outros dedos na parte inferior e bem afastados da auréola (área escura que rodeia o mamilo).
A mãe toca então suavemente com o mamilo nos lábios do bebé e, quando este reage dirigindo-se ao seio e abrindo a boca, usa o braço para o aconchegar contra o seio. Deve «fazer pontaria» à parte superior da boca do bebé, para que o lábio inferior fique bastante abaixo do mamilo.

Se todos estes passos forem correctos, não haverá dor."

"Gravidez e Parto - As Melhores Provas" de Joyce Barrett e Teresa Pitman

La Leche League em Portugal

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

Cesariana Anterior

“Antigamente, o lema era «uma vez cesariana, sempre cesariana». Quando uma mãe fazia uma cesariana era informada de que quaisquer bebés posteriores também teriam de nascer por cesariana. Pesquisas fiáveis demonstram claramente que na maioria dos casos, essas mães podiam perfeitamente ter um parto vaginal. As cesarianas de rotina motivadas por uma cesariana anterior conduzem a um grande número de operações desnecessárias.
(…)
A incisão uterina «clássica», mais antiga, é vertical e percorre a parte superior do útero, mais rica em tecido muscular e que se contrai durante o parto. Ocasionalmente, pode efectuar-se uma incisão em forma de «T invertido», constituída por um primeiro corte transversal, na parte inferior do útero, e por um segundo corte vertical, que vai da parte inferior à parte superior e musculatura do útero; este corte é efectuado pelo médico para criar mais espaço quando existem dificuldades em tirar o bebé. O aspecto da incisão cutânea – transversal ou vertical – nada tem a ver com a incisão uterina.

Com uma incisão transversal na parte inferior do útero, as hipóteses de ruptura são bastante reduzidas: o risco vai de 0,09 a 0,22%.
Os dados sobre o trabalho de parto nas mulheres com uma incisão clássica na parte superior do útero são muito escassos. As estimativas mais fiáveis relativas ao risco de ruptura vão dos 2,2 aos 14%. Os dados sobre o trabalho de parto em mulheres com uma incisão em forma de T invertido também são limitados: actualmente, a melhor estimativa sugere um risco de ruptura de cerca de 1,3%.
(…)
Quando as mães decidem ter um parto vaginal após cesariana deverá a assistência ao trabalho de parto ser diferente da assistência a um «parto normal»? A combinação das conclusões de várias pesquisas indicam que a mulher que entra em trabalho de parto após uma cesariana deve ser tratada exactamente da mesma forma que qualquer outra parturiente.”

“Gravidez e Parto - As Melhores Provas” de Joyce Barrett e Teresa Pitman

terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

Tomar Decisões

"Num certo sentido, a experiência de gerar e dar à luz um bebé é um processo simples que, na maior parte das vezes, funciona na perfeição sem qualquer intervenção. É também um processo bastante complexo, com potenciais complicações e dilemas capazes de construir um desafio. Nas sociedades ocidentais, o sistema de saúde – concebido para lidar com esses desafios – pode tornar a gravidez e o parto mais complexos, interferindo na parte simples e normal da gravidez.

Têm sido realizados estudos e pesquisas consideráveis sobre a gravidez e o parto, mas estes nem sempre dão origem a respostas claras. As pesquisas demonstram que algumas das rotinas outrora comuns são inúteis. É o caso da monitorização fetal electrónica, as episiotomias e a raspagem dos pelos púbicos da mãe. Algumas pesquisas descobriram tratamentos que podem salvar vidas, como por exemplo a administração de gamaglobulina às mães com factor Rh-. Outras, limitaram-se a confirmar aquilo em que as mulheres sempre acreditaram: caminhar e efectuar movimentos durante o parto é útil, ter um apoiante é algo inestimável e as mulheres sabem quando e como fazer força para expelir os bebés.

No entanto, a pesquisa é apenas uma base de apoio. Cabe-lhe a si decidir como aplicar os resultados dessas pesquisas à sua situação individual. Trata-se do seu bebé, do seu corpo, da sua família e é você que vai conviver com as consequências das decisões que tomar. Sabe o que é importante para si e pode fazer as opções certas para a sua gravidez encarando os resultados das pesquisas como apenas um factor (sem duvida, importante) da tomada de decisão."

"Gravidez e Parto - As Melhores Provas" de Joyce Barrett e Teresa Pitman

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Monitorização Contínua

"Tecnicamente, é muito mais difícil realizar uma monitorização contínua do que ter uma enfermeira que encosta um fetoscopio à barriga da mãe. Durante a monitorização externa qualquer movimento do feto ou da mãe pode dar origem à perda de sinal e tornar necessário o reajustamento da palheta. Por vezes o aparelho regista o ritmo cardíaco da mãe, o que poderá preocupar toda a gente, pois este é normalmente muito mais lento quedo que o do bebé. Assim que o bebé começar a deslocar-se pelo canal do nascimento, colocar a palheta sobre o seu coração torna-se um verdadeiro desafio, especialmente se a mãe estiver sentada ou á procura de uma posição confortável.

Elizabeth recorda: «Sempre que me mexia, o sinal sonoro que indicava o ritmo cardíaco no monitor tornava-se extremamente ténue. Eu entrava em pânico, o meu marido entrava em pânico e eu tentava não me mexer mais. Depois a enfermeira reajustava calmamente os cintos e ficava tudo bem… até eu me mexer outra vez. Passado algum tempo o meu marido pediu-lhe para desligarem a máquina e isso ajudou».

Noor achou o monitor limitativo. «Eles queriam que eu me mantivesse sempre na mesma posição mas isso era desconfortável. Queria liberdade para me movimentar. A certa altura a enfermeira entrou e disse: "Deixou de ter contracções?" Tinha voltado a mover a correia e a maquina não estava a registar nenhuma contracção. Ela ficou bastante irritada comigo por causa disso».

Quando se usa a monitorização interna, existe o risco de a pinça se soltar do crânio do bebé. Isto pode dar origem a um pânico momentâneo, pois dá a sensação de que o coração do bebé deixou de bater.
(…)
Grandes experiências clínicas (que incluíram 17 000 mulheres) compararam os resultados entre partos em que a mãe e o bebé haviam sido examinados intermitentemente através de um fetoscópio e partos em que tinha sido usado um monitor electrónico fetal.

Para aqueles que depositavam grandes esperanças no monitor electrónico fetal, os resultados foram decepcionantes: o número de cesarianas e de extracção por fórceps ou ventosas era significativamente mais elevado no grupo de monitorização continua. No entanto, para os bebés, os resultados foram exactamente os mesmos em ambos os grupos.
(…)
A conclusão inescapável é que a monitorização continua provoca um aumento das intervenções – cesarianas, fórceps e ventosas – sem qualquer vantagem para o bebé.”

"Gravidez e Parto - As Melhores Provas" de Joyce Barrett e Teresa Pitman

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

Humanização do parto: Qual o seu verdadeiro significado?

"Recentemente em acalorada discussão com um professor de obstetrícia da minha originária faculdade de Ciências Médicas me deparei com um fato que me pareceu digno de aprofundamento.
(...) Neste artigo ele tenta demonstrar o perigo de se criar Casas de Parto porque "nunca se pode ter certeza de que um nascimento seja isento de risco", terminando com uma acusação ao Ministério da Saúde afirmando que este tipo de "experiência" só serve para fazer economia às custas da segurança dos pacientes. Citava lugares do mundo onde os partos são exclusivamente hospitalares e "esquecia-se" de citar locais como a Holanda onde mais de 30% dos partos se situam fora dos hospitais e sob o cuidado de parteiras.
Quando fui aluno deste professor sempre me chamou a atenção a sua postura intervencionista, tecnológica, seu posicionamento claramente favorável às abordagens científicas e técnicas do parto e sua especial simpatia pela obstetrícia americana. Alguns anos antes, ao candidatar-se a cargo eletivo na Cooperativa Médica local, calcou sua plataforma médica na questão do combate aos "profissionais alheios à medicina" que estariam exercendo atividades na obstetrícia, numa alusão clara à atividade das enfermeiras obstétricas. Colegas me relatavam que no seu plantão no Hospital da Universidade ele proibira que enfermeiras da graduação realizassem qualquer tipo de atendimento obstétrico.
Bem, nada disso é surpreendente. Estas coisas todas eram do meu conhecimento. Sabia que ele como professor de obstetrícia reproduzia todo um arcabouço filosófico que sustenta e embasa o proceder ritualístico da obstetrícia contemporânea. Entretanto o que me deixou espantado é que nossa conversa iniciou-se com a seguinte frase por ele pronunciada: "- Dr, as coisas que aqui serão discutidas nada tem a ver com sua posição em relação à Humanização do Nascimento, até porque sou claramente favorável a ela."
Quando o meu honorável professor proferiu esta sentença eu fiquei pensando: existe alguma coisa que não está bem explicada a respeito da humanização do nascimento. Se este professor considera-se um defensor do Parto Humanizado, sendo que ele é o responsável técnico de uma maternidade que tem 80% de cesarianas, que trabalha como professor de obstetrícia e forma os obstetras que vão trabalhar posteriormente nesta mesma maternidade (e o faz há mais de 20 anos), escreve e discursa contra as Casas de Parto e não aceita o atendimento de obstetrizes em partos de baixo risco, o que sou eu então? Percebi que existe muita confusão conceitual nesta área, e que se quisermos realmente modificar estas questões temos que definir claramente qual a nossa proposta de modelo, o que queremos dizer com humanização, quais os nossos objetivos e as nossas metas. Assim como a discussão do "normal e natural", a discussão do "humanizar" faz-se necessária, sob pena de colocarmos em um mesmo saco gatos, cães, lebres, coelhos. Não é admissível que "humanização" torne-se um chavão vazio, como tantos outros que conhecemos, em que todos o utilizem sem a menor responsabilidade e sem ter consciência exata do que estão tratando.
(...) percebo que ainda não possuímos uma definição concreta e precisa do que entendemos por humanização, a ponto de um médico que me parece claramente um "intervencionista" tradicional auto-proclamar-se "humanista". Porquê?
(...) O equívoco que a mim parece evidente nas palavras do meu professor é que ele não tem conhecimento do que seja o projeto de humanização no seu sentido amplo e profundo.
Quando ele fala em humanizar está se referindo a tratar com mais gentileza e "humanidade" as pacientes nos Centros Obstétricos; refere-se a uma abordagem menos agressiva e mais racional do manejo das internações. Porém eu considero humanização do nascimento algo muito mais profundo do que isso. Vai além de fazer um centro obstétrico mais arejado, enfermeiras e atendentes sorridentes ou colocar vasos de flores nos quartos.
Humanização do Nascimento tem a ver com a posição em que a cliente/parturiente ocupa neste cenário. Neste sentido humanizar tem a ver com feminilizar. Enquanto o nascimento for manejado de forma masculina ele nunca será verdadeiramente humanizado. É inadmissível que um fenômeno tão intrinsecamente feminino seja gerenciado por pressupostos tão marcadamente masculinos! Se a paciente se mantém como objeto, como indivíduo passivo, como alguém sobre a qual recaem as forças cegas e desorganizadas da natureza, necessitando por isso um cuidado intensivo no sentido de salvá-la do seu destino cruel, então nem 1 milhão de flores, rosas, jasmins, cravos, orquídeas e nem milhares de sorrisos benevolentes tornarão este parto um parto humanizado.
O que torna um parto humanizado, ao contrário do manejo alienante que encontramos nas nossas maternidades, é o protagonismo conquistado por esta mulher. A posição de cócoras, a presença do marido/acompanhante, a diminuição de algumas intervenções sabidamente desnecessárias, o local do nascimento, etc. não são suficientes para tornar um nascimento "feminino e humanizado". É necessário muito mais do que isso.
Não existe humanização do nascimento com mulheres sem voz. É preciso que esta mulher, consciente da sua posição como figura central no processo, faça valer seus direitos, sua autonomia e seu valor. O que torna um obstetra (ou profissional do parto) humanista ou não, é a capacidade de estimular a participação, o envolvimento efetivo e a condução deste processo a quem de direito: a mãe. Sem estes requisitos de nada adiantam maternidades lindas, belas, arejadas, limpas, assépticas, com enfermeiras gentis e sorridentes.
(...) muito mais importante que a humanização da forma, é necessário instituir a humanização dos conceitos. É fundamental construir uma visão nova, que resgate este protagonismo perdido pela tecnocracia dogmática e fechada do cientificismo religioso.
(...) Enfim, o projeto de humanização do Parto e Nascimento inicia-se por uma definição clara do que entendemos por "humanizar", para que a partir de conceitos firmes e sólidos possamos construir um modelo mais justo e adequado para as mulheres, sua família e seus filhos."

por Ricardo Jones, obstetra brasileiro, ver artigo completo em http://www.amigasdoparto.com.br/ac015.html

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Chegar ao hospital

“As portas do hospital abrem-se e a parturiente entra. (…) Cada hospital tem as suas próprias políticas e rotinas e as variações podem ser drásticas, mesmo dentro da mesma área geográfica.
Quais são as rotinas que pode encontrar? E que medidas poderá tomar no caso de desejar evita-las? Lembre-se que o facto de algo ser rotina no seu hospital, não o torna obrigatório.
Na maioria dos hospitais, terá de fazer uma paragem na recepção e registar-se antes de entrar na ala da maternidade.
(…)
Quando chegar à ala da maternidade, a enfermeira começará a fazer a sua ficha. Vai querer saber quando foi que as contracções começaram e qual o intervalo entre cada uma. Vai perguntar-lhe se já houve sinal de parto ou se a bolsa das águas já se rompeu. Fará também algumas perguntas sobre o seu historial clínico, as suas gravidezes anteriores e sobre o decurso da actual gravidez, especialmente no que diz respeito a quaisquer testes especiais que possa ter feito.
(…)
Em seguida, a enfermeira medir-lhe-á a tensão, a temperatura e as pulsações e pedir-lhe-á para urinar para um recipiente….”

"Gravidez e Parto - As Melhores Provas" de Joyce Barrett e Teresa Pitman

Parabéns à Madalena

Parabéns à Madalena e ao Rui pelo nascimento da Matilde, em casa, 10 minutos antes de chegar a parteira.
Não tenho palavras para vos contar a maravilha de ver bebés nascerem desta forma, tão natural, tão humana, tão segura.
Alegria, felicidade e saúde! Um beijinho grande para o Lucas também! Parabéns!
Luisa