terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Aleitamento Materno: Comunicado da Sociedade Portuguesa de Pediatria
(...)
Em conclusão, julgamos que o título na notícia no Público é manifestamente infeliz, já que deixa transparecer uma posição global, dos autores do artigo, contrária ao AM, quando o que está em causa são apenas alguns aspectos específicos ligados à duração de AM exclusivo.
Assim, os lactentes devem continuar a ser alimentados de modo exclusivo com leite materno, se possível até aos 6 meses de vida. Se tal não for possível então devem receber um complemento alimentar (adequado à idade), mantendo o LM pelo menos ao longo do segundo semestre de vida, como refere a OMS.
A Direcção da Sociedade Portuguesa de Pediatria
17 de Janeiro de 2011
Podem ler o comunicado na integra AQUI
quinta-feira, 18 de junho de 2009
O medo do normal
Nipplephobia on Facebook
O medo do normal, do natural, do poder e extraordinária beleza da amamentação e as consequências desse medo não podem deixar ninguém indiferente.
Tal como no parto, esta vontade de manipular, de controlar, de usufruir de um poder que não nos pertence (pois é da dupla mãe-bébé), leva a intervenções, medos, mitos. Pensar que uma mama, na sua função plena de alimentar uma criança, pode ser considerada obscena faz-me lembrar as parturientes que "se portam bem" durante o parto ... Portam-se bem porque não gemem, não gritam, não vocalizam e não nos lembram que parto também é sexo, sexo como amor, fusão entre dois seres que se amam, partilha e entrega a algo que nos transcende.
Amamentar é tão natural como o parto e como o sexo e provoca tanto medo como o parto e como o sexo. E enquanto não for reconhecido na mulher este poder e esta naturalidade, continuará a haver quem nos queira "bem-comportadas e decentes", com a amamentação devidamente arrumada na privacidade do quarto (juntamente como os gemidos, claro) .
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
E o truque é... ???

É difícil amamentar. Embora seja um processo natural. Embora pareça fácil. Embora ames o teu filho mais que tudo no mundo.
O que temos de saber é: queremos ou não amamentar?
Se queremos, a regra numero um é fazer ouvidos moucos aos comentários das mães, sogras, amigas... Segue o teu coração. Segue o que sabes que é melhor para ti e para o bebé.
Perguntas-me como fazer para ter mais leite. Nada.
Não faças nada.
Deixa, que o bebé quando tem fome pede. E tu dás. Não esperes não sei quantas horas. A OMS diz que o teu bebé deve mamar quando tem fome. Tu comes quando tens fome.
A tua mãe, sogra, marido e amigas todas, não ficam à espera da hora em que a enfermeira te mandou comer. Vais comer uma sandes, uma peça de fruta. Se tens sede? Não vais beber um copo de água?
Truques para ter leite bom: comer bem. Hidratos de carbono. Massa e pão e cereais. Comer alimentos variados e saudáveis. Apetece-te um doce, come. Apetece-te uma laranja? Come!
Não é preciso beber água demais!
Truques para ter mais leite: estás muito cansada? Descansa.
Truques para ter leite: não dar mais nada.
O teu corpo produz leite. O leite não se acaba. Quando o bebé mama, o teu peito enche novamente. Quanto mais mama mais leite tens.
Consegues fazê-lo. Se quiseres, consegues. Porquê? Porque fazemos isto há milhares de anos. Porque o nosso leite é tão bom, que alguém se lembrou de fazer uma imitação rasca e chamá-la suplemento, que é caro, e que nós vamos comprar para dar um a fingir, quando temos o original, de graça, já aquecido e prontinho...
Somos capazes. Mães famintas, subnutridas em países cheios de dificuldades e fome a sério dão do seu leite aos seus filhos e eles crescem e o leite delas cresce dentro delas.
Elas são capazes.
E tu tens de dizer que também és. Tens de acreditar nisso. Tens de ser mãe e deixar que os outros todos te façam pensar ou sentir que és menos mãe. Tu és a mãe. E dás leite. Leite bom. Leite que chegue.
Acreditas?
Eu acredito.
Agradecemos à Doula Zélia Évora a partilha deste seu belíssimo texto, originalmente escrito para uma amiga, mas quantas amigas não conhecemos nós, a quem poderá fazer toda a diferença?
Ser doula é isto mesmo. Acreditar inevitavelmente na mãe, sobretudo quando ela não acredita.
Obrigada Zélia!
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Cursos de Amamentação - Setúbal e Stª Marta do Pinhal
O curso de amamentação tem como objectivo fornecer informação e bases científicas sobre as vantagens e o processo de aleitamento materno, esclarecendo dúvidas e ajudando a superar as eventuais dificuldades.
Tópicos abordados:
- Vantagens da amamentação;
- Produção do leite;
- Como fazer uma pega correcta;
- Como ultrapassar algumas dificuldades;
- Iniciativa Hospitais Amigos dos Bébés.
Regresso ao Trabalho - Como manter a amamentação após o regresso ao trabalho e/ou introdução de alimentação complementar
O curso de amamentação e regresso ao trabalho tem como objectivo fornecer informação sobre como manter a amamentação apesar do regresso ao trabalho e da introdução da alimentação complementar.
Tópicos abordados:
- Técnicas de extracção do leite materno;
- Conservação e administração do leite materno;
- Introdução de alimentação complementar.
Formadora: Patrícia Paiva, conselheira em aleitamento materno pela OMS/UNICEF
Público: Grávidas e acompanhantes, Mães e Pais
Preço: 15€/curso
Locais:
* Centro de Fisioterapia Jorge M. C. Dias, Lda - Avenida Luísa Todi Nº 33, 1º A e C, Setúbal - 265231815
* Farmácia Rosa e Viegas - Rua Mário Sampaio Ribeiro Nº 7, Santa Marta do Pinhal - 212555300
Para mais informações contactar os locais onde se vão dar os encontros.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Direitos das mães trabalhadoras a amamentar
Para assinalar a Semana Mundial do Aleitamento Materno, que foi assinalada em Portugal na passada semana, aqui fica o nosso contributo.
Uma das dificuldades em prolongar a amamentação, prende-se com o regresso das mães ao local de trabalho, depois de finda a licença de maternidade.
Muitas vêm-se logo a braços com o problema de onde deixar o bebé, num país onde a rede de creches é visivelmente insuficiente, e sendo Portugal o país da União Europeia onde as mulheres regressam mais cedo ao mercado de trabalho, depois de ter um filho.
Um pouco por toda a Europa já assistimos ao facto de várias mulheres optarem por ficar em casa com o seu filho durante o primeiro ano de vida, com remuneração reduzida, mas com garantia de manutenção do seu posto de trabalho e sem perda de regalias.
Infelizmente, Portugal ainda não é um desses casos.
O que fazer então, quando termina a licença de maternidade?
O primeiro e hercúleo passo, será encontrar uma cresce ou ama, que seja compatível com o rendimento do agregado familiar, e de preferência perto de casa ou o local de trabalho. Ainda há algumas felizardas que têm a possibilidade de contar com uma estrutura familiar para tomar conta do bebé nos primeiros anos de vida, mas são poucas…
Passado este passo, e na intenção de querer manter a amamentação em exclusivo ou não, é importante que a mãe-mulher-trabalhadora saiba quais são os direitos que lhe assistem, para que possa zelar por eles e a eles reivindicar.
Assim:
- A mãe que, comprovadamente, amamente o seu filho tem direito a dispensa de trabalho para o efeito, durante todo o tempo que durar a amamentação.
(art.º 39 nº2, Lei 99/2003, de 27 de Agosto)
- As dispensas para consulta, amamentação e aleitação não determinam perda de quaisquer direitos e são consideradas como prestação efectiva de serviço.
(art.º 50º nº2, Lei 99/2003, de 27 de Agosto)
- A dispensa diária para amamentação ou aleitação é gozada em dois períodos distintos, com a duração máxima de uma hora cada, salvo se outro regime for acordado com o empregador.
(art.º 73º nº3, Lei 35/2004, de 29 de Julho)
- As dispensas referidas no art.º 39º, no nº3 do art.º 47º e na alínea c) do nº4 do art.º 49º do Código do Trabalho são consideradas como prestação efectiva de serviço para todos os efeitos, nomeadamente quanto à remuneração e ao desconto de tempo para qualquer efeito.
(art.º 109º, nº1, Lei 35/2004, de 29 de Julho)
(Para mais informações consultar os diplomas originais no Diário da República Electrónico e o Código do Trabalho)
Em termos práticos, estas disposições legais podem ser optimizadas mediante acordo entre a mãe e a entidade patronal. Os dois períodos estabelecidos para amamentação podem ser efectuados, por exemplo, ao início e fim do dia de trabalho (entrar uma hora mais tarde e sair uma hora mais cedo) ou junto à hora de almoço.
Alguns conselhos para as mães que vão voltar à sua actividade laboral e pretendem manter a amamentação:
- Dar de mamar ao bebé de manhã, antes de sair de casa pelo menos uma vez;
- Retirar leite com uma bomba durante o período que estão fora de casa, que pode depois ser congelado e dado ao bebé durante o período de ausência;
- Dar de mamar várias vezes ao fim do dia e sempre que o bebé o queira;
- Amamentar mais vezes ao fim de semana, para promover uma constante produção de leite;
- Começar a retirar leite com a bomba cerca de uma semana antes de voltar à actividade laboral, para que o organismo se habitue aos novos hábitos.
Muitas e boas informações aqui.
Em caso de dúvida ou litígio com a entidade patronal, é sempre bom recorrer aos sindicatos para obter informações sobre os seus direitos, ou à Comissão para a igualdade no trabalho e no emprego.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Semana Mundial do Aleitamento Materno
8 a 14 de Outubro