O parto em casa está mais seguro nas mãos das parteiras do que nas mãos dos médicos. É preciso saber observar e esperar, sem impor horários nem tentar controlar os acontecimentos. A educação obstétrica treina os médicos para dirigir o nascimento, controlar o tempo, esperar que o parto decorra de acordo com normas impostas e agir "em caso de surgir um problema". Isto introduz riscos desnecessários. A parteira é especialista no acompanhamento do parto de baixo risco. Os obstetras sabem de partos com complicações. Interessam-se quando as coisas correm mal, de facto.
Penso também que o parto em casa contribui para dignificar a actividade das parteiras. Actualmente, elas são apenas enfermeiras num hospital. A profissão é mais do que isso. Muitas parteiras não estão sastifeitas com o trabalho que desempenham, não têm responsabilidade, nem poder de decisão, sentem-se sugadas pela mesma máquina que suga as mães.
Extraído da Entrevista a Sheila Kitzinger conduzida pela Jornalista Maria João Amorim, Revista Pais & Filhos, Janeiro de 2007, nº192
7 comentários:
é uma bola de neve.
elas não estão contentes com a "entidades patronal" delas, e muitas das vezes não são muito atenciosas na sua profissão.
Jinhos
A minha filha não nasceu em casa, e também não pretendo que o próximo nasça, esta é a minha opção pessoal, pois sinto-me mais segura pela facto de saber que tenho todos os meios necessários "à mão" caso se torne necessário.
No entanto, senti todo o apoio da parteira e do médico (o mesmo que me acompanhou durante a gravidez). Não senti qualquer tipo de pressão, não me senti numa linha-de-montagem, deram-me liberdade de movimentos antes do parto propriamente dito. Não tive a mesma liberdade de movimentos durante a "expulsão" porque optei pela epidural, mesmo assim a dose foi tão baixa que tive um pouco de dores e pude participar activamente no parto (espero para a próxima ser mais forte e realizar o que sempre idealizei - o parto na água). Fui a primeira a tocar na minha filha quando a sua cabecita começou a aparecer, deram-me um espelho para que eu a podesse ver a nascer. Depois, deixaram-nos tranquilas, colocaram-na ao meu lado para que ela começasse a mamar. A amamentação foi incentivada e foi dado todo o apoio.
Estive tranquila durante todo o processo, pude contar com a presença do meu marido e da minha mãe (que veio expressamente de Portugal para conhecer a neta). E ficarei eternamente grata ao meu obstreta que teve lá ao meu lado, deu-me todo o apoio e nunca exigiu nada.
Espero, sinceramente, que todas as mulheres que queiram ter os seus bebés em casa o possam fazer com todos os meios e segurança possíveis.
Carla e Sofia (já com 17 meses)
Olá Carla, muito obrigada por este seu testemunho. Porque não nos deixa aqui o nome desses profissionais e do hospital para que outras mulheres que desejam ter um filho num hospital saibam onde se dirigir? Um abraço para si e um beijinho à Sofia.
Olá Luísa!
Posso dar a informação, mas não terá muita utilidade.
A Sofia nasceu no Luxemburgo, na maternidade do Centro hospitalar. Esta maternidade recebeu o título de "hospital amigo do bebé" dado pela UNICEF. O obstreta que me acompanhou durante toda a gravidez e o parto foi o Dr. Schneider.
Deixo aqui o "site" para quem queira consultar http://www.chl.lu/html/maternite/bienvenue_maternite.html
(O parto domiciliário não é comum neste país, e as mulheres que queiram ter o filho em casa não têm acompanhamento profissional - é pena.)
Carla (caalex)
OLá Carla, muito obrigada pela informação. Acredito que possa sempre ser útil, mesmo sendo fora do nosso país. Um beijinho às duas!
Natalie Skyler nasceu no hospital, mas não houve médicos, só parteiras. Aqui na Noruega é mais comum que os partos sejam acompanhados por parteiras e praticamente não existe a opcão de cesárea, a não ser que haja um problema muito sério.O trabalho das parteiras aqui é reconhecido e muito valorizado.Durante toda a gravidez eu fui acompanhada por parteiras também.Os médicos tem seu papel muito diferenciado neste caso porque eles ''só entram em acão'' nos partos em que há algum problema e/ou cesáreas. Eu queria ter feito uma cesárea pois meu parto foi muito doloroso, mas as parteiras que me acompanharam fizeram de tudo para que eu me sentisse confortável, não só do ponto de vista médico como emocional.Acho que confiaria nelas totalmente para um parto domiciliário, apesar de todas as dores e de todos os traumas, foram as parteiras que me deram todo o apoio.
Olá Polyana, muito obrigada pelo teu testemunho. De facto é muito importante que as parteiras e apenas elas estejam encarregues dos partos de baixo risco pois são elas que conhecem melhor e entendem a naturalidade e fisiologia do parto (um para um). Muitas felicidades para vocês aí na Noruega.
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