quinta-feira, 26 de janeiro de 2006
Humanização do Parto na Televisão Portuguesa
A HumPar - Associação para a Humanização do Parto em Portugal foi convidada do programa Tudo em Família na RTP2, na passada Segunda-feira, 23 de Janeiro, numa emissão exclusivamente dedicada à humanização do parto no nosso país. A representar a HumPar estiveram a sua Presidente Cristina Torres, o Enfermeiro António Ferreira e a doula Carla Guiomar, Presidente da Associação Doulas de Portugal que também é sócia fundadora da HumPar. Contámos com a magnífica participação em directo telefónico do Brasil, do Dr. Ricardo Jones, Médico Obstetra e Coordenador da ReHuNa - Rede de Humanização do Parto e Nascimento no Brasil que nos lembrou a famosa frase de Michel Odent: "Para mudar o mundo é preciso mudar primeiro a forma de nascer".
Muito ficou por dizer mas mais oportunidades haverá para levar a mensagem da humanização a todos em Portugal!
quinta-feira, 19 de janeiro de 2006
Os perigos de dormir com um bebé no sofá
Uma nova pesquisa publicada no The Lancet (http://www.thelancet.com)
indicou um aumento considerável na percentagem de morte súbita em bebés que dormem com os pais em sofás.
Este estudo com a duração de 20 anos e um dos mais intensisvos alguma vez efectuados nesta área, concluiu que a morte súbita em bebés que dormem com os pais diminuiu para metade nos últimos anos, mas em contrapartida, aumentou 4 vezes mais em bebés que dormem com os pais em sofás.
A UNICEF continua a recomendar aos profissionais de saúde a disponibilização aos pais de informações baseadas em evidências científicas sobre os benefícios, alternativas e riscos de partilhar uma cama com os pais de forma a que estes possam fazer escolhas informadas!
Mais informação em:
http://society.guardian.co.uk/health/news/0,,1689055,00.html
Detalhes sobre como dormir com o seu bebé de uma forma segura em:
http://www.babyfriendly.org.uk/bedshare.asp
indicou um aumento considerável na percentagem de morte súbita em bebés que dormem com os pais em sofás.
Este estudo com a duração de 20 anos e um dos mais intensisvos alguma vez efectuados nesta área, concluiu que a morte súbita em bebés que dormem com os pais diminuiu para metade nos últimos anos, mas em contrapartida, aumentou 4 vezes mais em bebés que dormem com os pais em sofás.
A UNICEF continua a recomendar aos profissionais de saúde a disponibilização aos pais de informações baseadas em evidências científicas sobre os benefícios, alternativas e riscos de partilhar uma cama com os pais de forma a que estes possam fazer escolhas informadas!
Mais informação em:
http://society.guardian.co.uk/health/news/0,,1689055,00.html
Detalhes sobre como dormir com o seu bebé de uma forma segura em:
http://www.babyfriendly.org.uk/bedshare.asp
domingo, 15 de janeiro de 2006
Parabéns à Mariana
Muitos parabéns à Mariana e ao Nuno pelo nascimento da sua filha, na Dª Estefânia esta noite.
Um parto de cócoras muito bom para a mãe e para a bebé Matilde!
Um beijinho grande para a nossa doula Susana e um abraço também à equipa médica.
Um parto de cócoras muito bom para a mãe e para a bebé Matilde!
Um beijinho grande para a nossa doula Susana e um abraço também à equipa médica.
terça-feira, 10 de janeiro de 2006
O Bebé Chora: Como os Pais Devem Reagir
Por Jan Hunt, Psicóloga Directora do "The Natural Child Project"
Imagine por um instante que você foi levado por uma nave espacial para um planeta distante, onde está cercado de gigantes estranhos cuja língua você não entende. Dois desses estranhos decidem cuidar de si. Você é totalmente dependente deles para a satisfação de todas as suas necessidades - fome, sede, conforto e - principalmente - para assegurá-lo de que não corre perigo nesse lugar estranho. Imagine então que alguma coisa vai mal - você está com dor, ou com muita sede ou a precisar de afecto. Mas os responsáveis ignoram seus gritos de desespero e você não consegue fazê-los compreender do que você precisa. Agora você tem um problema a mais, pior que o primeiro: sente-se totalmente desamparado e sozinho num mundo estranho.
Com toda a inocência, o bebé parte do pressuposto de que nós, seus pais, estamos certos - e que fazemos tudo o que deveríamos fazer. Se não fizermos nada, o bebé só pode concluir que não é amado porque não merece o nosso amor. Ele não é capaz de entender que nós estamos ocupados, distraídos, preocupados, mal orientados por "especialistas", ou que simplesmente somos pais inexperientes. Não importa o quanto amamos nosso bebé, o que ele entende são as manifestações externas desse amor.
Ninguém gosta que sua comunicação seja ignorada. Ser ignorado desperta sentimentos de desamparo e raiva que inevitavelmente prejudicam o relacionamento. Todos os adultos sentem isso e não há porquê imaginar que seja diferente com bebés e crianças. Pouca gente ignoraria um adulto que repetisse: "Você poderia me ajudar? Não me estou a sentir bem." Ignorar esse pedido seria considerado muito pouco gentil. Mas um bebé não pode falar assim; ele só pode chorar e chorar até que alguém o atenda - ou até desistir, desesperado.
A reação imediata ao choro de uma criança não foi questionada durante milénios, até aos nossos dias. Na nossa cultura, assumimos que o choro do bebé é normal e inevitável. Mas em sociedades naturais onde os bebés são transportados junto aos adultos na maior parte do dia e da noite durante seus primeiros meses de vida, o choro é incomum. Ao contrário do que se acredita na nossa sociedade, bebés tratados assim tornam-se auto-suficientes mais cedo do que os bebés que não recebem esses cuidados. Na verdade as pesquisas sobre as primeiras experiências da infância mostram que as crianças que receberam cuidados mais amorosos nos primeiros anos de vida tornam-se adultos mais amorosos e confiantes. Os bebés obrigados a ser submissos desenvolvem ressentimentos e raiva que podem ser manifestados de forma nociva mais tarde. Apesar dessas pesquisas, a maioria dos argumentos para se ignorar o choro baseiam-se no receio de "estragar com mimos" o bebé. Um livro clássico de cuidados ao bebé adverte os pais a "deixar o bebé lidar com seu problema". Embora a primeira infância seja uma época de desafios para os pais, um bebé é muito novo e inexperiente para "lidar" com a causa de seu choro, seja ela qual for. Ele não se pode alimentar, trocar de roupa ou confortar-se do modo que a natureza pede. É evidente que é responsabilidade dos pais preencher as necessidades de alimento, segurança e amor do bebé, e não responsabilidade do bebé preencher as necessidades de paz e sossego dos pais. A publicação insinua que se os pais derem ao bebé a oportunidade de ser auto-confiante, estão a contribuir para seu amadurecimento. Mas um bebé simplesmente não é capaz dessa maturidade. A maturidade verdadeira reflecte uma base sólida de segurança emocional que só se pode desenvolver com amor e apoio dos adultos próximos, nos primeiros anos de vida. Uma pessoa imatura só pode reagir ao stress de modo imaturo. Um bebé a quem se nega o seu direito nato de ser reconfortado pelos pais pode voltar-se para o recurso ineficaz da auto-estimulação (bater com a cabeça, embalar-se de um lado para o outro, chuchar no dedo, etc) e o distanciamento emocional das pessoas. Se as suas necessidades forem sempre ignoradas, ele pode decidir que a solidão e o desespero são preferíveis a arriscar-se a sofrer mais frustração e rejeição. Infelizmente, uma vez que ele toma essa decisão ela pode se tornar uma visão definitiva da vida, que leva a uma vida emocional muito pobre.
Muitos profissionais que lidam com crianças percebem que o incentivo dos pais à auto-satisfação, além da substituição abusiva por objectos materiais - ursinhos que substituem os pais, carrinhos em vez de braços, grades em vez de dormir junto, chupetas em vez de mamar no peito, brinquedos em vez de atenção, caixinhas de música no lugar de vozes, leite em pó em vez de leite materno, cadeira de balanço em lugar do colo - determinaram uma época de consumismo, isolamento pessoal e insatisfação emocional. Ignorar o choro de uma criança é como usar protector de ouvidos para evitar o ruído desagradável de um detector de incêndio. O som de um detector de incêndio serve para nos alertar sobre um assunto sério que exige uma atitude - o mesmo acontece com o choro do bebé. Como Jean Liedloff escreveu em 'The Continuum Concept', "o choro do bebé é um problema tão sério quanto o seu ruído sugere". Por mais stressante que seja, o choro da criança não deve ser visto como uma medição de forças entre o pai ou a mãe e o filho, mas como um presente da natureza para assegurar que todos os bebés cresçam com uma capacidade generosa de amor e confiança.
Imagine por um instante que você foi levado por uma nave espacial para um planeta distante, onde está cercado de gigantes estranhos cuja língua você não entende. Dois desses estranhos decidem cuidar de si. Você é totalmente dependente deles para a satisfação de todas as suas necessidades - fome, sede, conforto e - principalmente - para assegurá-lo de que não corre perigo nesse lugar estranho. Imagine então que alguma coisa vai mal - você está com dor, ou com muita sede ou a precisar de afecto. Mas os responsáveis ignoram seus gritos de desespero e você não consegue fazê-los compreender do que você precisa. Agora você tem um problema a mais, pior que o primeiro: sente-se totalmente desamparado e sozinho num mundo estranho.
Com toda a inocência, o bebé parte do pressuposto de que nós, seus pais, estamos certos - e que fazemos tudo o que deveríamos fazer. Se não fizermos nada, o bebé só pode concluir que não é amado porque não merece o nosso amor. Ele não é capaz de entender que nós estamos ocupados, distraídos, preocupados, mal orientados por "especialistas", ou que simplesmente somos pais inexperientes. Não importa o quanto amamos nosso bebé, o que ele entende são as manifestações externas desse amor.
Ninguém gosta que sua comunicação seja ignorada. Ser ignorado desperta sentimentos de desamparo e raiva que inevitavelmente prejudicam o relacionamento. Todos os adultos sentem isso e não há porquê imaginar que seja diferente com bebés e crianças. Pouca gente ignoraria um adulto que repetisse: "Você poderia me ajudar? Não me estou a sentir bem." Ignorar esse pedido seria considerado muito pouco gentil. Mas um bebé não pode falar assim; ele só pode chorar e chorar até que alguém o atenda - ou até desistir, desesperado.
A reação imediata ao choro de uma criança não foi questionada durante milénios, até aos nossos dias. Na nossa cultura, assumimos que o choro do bebé é normal e inevitável. Mas em sociedades naturais onde os bebés são transportados junto aos adultos na maior parte do dia e da noite durante seus primeiros meses de vida, o choro é incomum. Ao contrário do que se acredita na nossa sociedade, bebés tratados assim tornam-se auto-suficientes mais cedo do que os bebés que não recebem esses cuidados. Na verdade as pesquisas sobre as primeiras experiências da infância mostram que as crianças que receberam cuidados mais amorosos nos primeiros anos de vida tornam-se adultos mais amorosos e confiantes. Os bebés obrigados a ser submissos desenvolvem ressentimentos e raiva que podem ser manifestados de forma nociva mais tarde. Apesar dessas pesquisas, a maioria dos argumentos para se ignorar o choro baseiam-se no receio de "estragar com mimos" o bebé. Um livro clássico de cuidados ao bebé adverte os pais a "deixar o bebé lidar com seu problema". Embora a primeira infância seja uma época de desafios para os pais, um bebé é muito novo e inexperiente para "lidar" com a causa de seu choro, seja ela qual for. Ele não se pode alimentar, trocar de roupa ou confortar-se do modo que a natureza pede. É evidente que é responsabilidade dos pais preencher as necessidades de alimento, segurança e amor do bebé, e não responsabilidade do bebé preencher as necessidades de paz e sossego dos pais. A publicação insinua que se os pais derem ao bebé a oportunidade de ser auto-confiante, estão a contribuir para seu amadurecimento. Mas um bebé simplesmente não é capaz dessa maturidade. A maturidade verdadeira reflecte uma base sólida de segurança emocional que só se pode desenvolver com amor e apoio dos adultos próximos, nos primeiros anos de vida. Uma pessoa imatura só pode reagir ao stress de modo imaturo. Um bebé a quem se nega o seu direito nato de ser reconfortado pelos pais pode voltar-se para o recurso ineficaz da auto-estimulação (bater com a cabeça, embalar-se de um lado para o outro, chuchar no dedo, etc) e o distanciamento emocional das pessoas. Se as suas necessidades forem sempre ignoradas, ele pode decidir que a solidão e o desespero são preferíveis a arriscar-se a sofrer mais frustração e rejeição. Infelizmente, uma vez que ele toma essa decisão ela pode se tornar uma visão definitiva da vida, que leva a uma vida emocional muito pobre.
Muitos profissionais que lidam com crianças percebem que o incentivo dos pais à auto-satisfação, além da substituição abusiva por objectos materiais - ursinhos que substituem os pais, carrinhos em vez de braços, grades em vez de dormir junto, chupetas em vez de mamar no peito, brinquedos em vez de atenção, caixinhas de música no lugar de vozes, leite em pó em vez de leite materno, cadeira de balanço em lugar do colo - determinaram uma época de consumismo, isolamento pessoal e insatisfação emocional. Ignorar o choro de uma criança é como usar protector de ouvidos para evitar o ruído desagradável de um detector de incêndio. O som de um detector de incêndio serve para nos alertar sobre um assunto sério que exige uma atitude - o mesmo acontece com o choro do bebé. Como Jean Liedloff escreveu em 'The Continuum Concept', "o choro do bebé é um problema tão sério quanto o seu ruído sugere". Por mais stressante que seja, o choro da criança não deve ser visto como uma medição de forças entre o pai ou a mãe e o filho, mas como um presente da natureza para assegurar que todos os bebés cresçam com uma capacidade generosa de amor e confiança.
Adaptado por Cristina Carvalho
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