quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Fazer de Mãe de Mim Própria



Numa sociedade preocupada com a melhor maneira de educar uma criança
Descobri a necessidade de misturar o que é melhor para os meus filhos com o que é necessário para uma mãe bem equilibrada.
Reconheço que o dar interminável se traduz em esgotar-se a dar.
E quando se esgota a dar, não é uma mãe saudável e não é um eu saudável.

Por isso, estou a aprender a ser mulher em primeiro lugar e mãe em segundo.
Estou a aprender a sentir apenas as minhas próprias emoções
Sem roubar aos meus filhos a sua dignidade individual por sentirem também as suas emoções.
Estou a aprender que uma criança saudável tem o seu próprio conjunto de emoções e características que são só suas.
E muito diferentes das minhas.
Estou a aprender a importância de trocas honestas de sentimentos porque o fingimento não engana as crianças.
Conhecem a mãe melhor do que ela se conhece a si própria.

Estou a aprender que ninguém ultrapassa o seu passado a menos que se confronte com ele.
Caso contrário os filhos absorverão exactamente o que ela está a tentar ultrapassar
Estou a aprender que as palavras de sabedoria caem em ouvidos surdos se as minhas acções contradisserem os meus actos.
As crianças tendem a ser melhores imitadoras que ouvintes.
Estou a aprender que a vida se destina a ser preenchida com tanta tristeza e dor como alegria e prazer.
E permitirmo-nos sentir tudo o que a vida tem para oferecer é um indicador de realização.
Estou a aprender que a realização não pode ser atingida por me esgotar a dar-me mas dando a mim própria e partilhando com outros.
Estou a aprender que a melhor maneira de ensinar os meus filhos a viver uma vida preenchida não é sacrificando a minha vida.
É vivendo eu própria uma vida preenchida.
Estou a tentar ensinar aos meus filhos que tenho muito que aprender
Porque estou a aprender que libertá-los
É a melhor forma de continuarmos ligados.

Nancy McBrine Sheehan*

* Retirado do Livro “Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher” de Christiane Northrup

2 comentários:

osbandalhos disse...

Quanta aprendizagem.

Chuva disse...

Fiquei colada!
Texto maravilhoso e eu, que tenho o livro, como não o tenho presente?
Não resisto a "roubar" este trecho para um dos meus cantinhos. Posso, não posso?
Fez-me bem lê-lo (e irei relê-lo as vezes que for necessário) nesta fase de grande necessidade de aprendizagem da minha vida!
Obrigada!