quarta-feira, 11 de março de 2009

Menos medo e mais confiança


"Penso que hoje estamos - era como eu me sentia - muito longe da experiência da gravidez e do parto. Quando se engravida corre-se para um médico e pômo-nos nas mãos dele. Tudo é medicalizado, tudo é um acontecimento clínico. Esta é a atitude normal na nossa sociedade perante um acontecimento que é tão natural!

Agora começa a haver outra abertura a outras formas de encarar as coisas, mas ainda é tudo novo. Como se o natural tivesse deixado de ser normal. Acho que desaprendemos muitas coisas nesta área e isso é triste. A maior parte das pessoas não sabe o que é um parto natural e acha estranho que alguém o desejo. Isso é que é muito estranho, para mim.

O facto de ter uma doula abriu-me para uma nova forma de encarar a gravidez e o parto, menos stressante, com menos medos e com mais confiança. Tenho a certeza que sem ela tudo teria corrido de outra forma. A minha ideia de parto vinha do que eu via nos filmes e do que me contava quem já tinha passado por isso. O meu parto seria assim, no hospital, com médicos, com máquinas, com medo. Tinha medo, quando ouvia falar em cesarianas, fórceps, ventosas, tudo isso me assustava. Mas tinha de ser assim, para ser mãe.

Com a minha doula, percebi que não tinha de ser assim. Fui mudando completamente essa ideia, ao longo da gravidez".

"Para mim, a doula é quase como se fosse uma mãe, numa altura em que estamos muito vulneráveis.
Transmitia-me sempre muita tranquilidade, respondia às minhas dúvidas, ouvia os meus receios... Saber que podia ligar-lhe a qualquer hora da noite ou do dia deixava-me muito segura. Com um médico nunca há essa intimidade. Acho que é isso, cria-se mesmo uma relação de intimidade".

"Não trocava a minha doula por nenhuma epidural. E no próximo parto quero-a novamente comigo".

Maria José, mãe da Joana, de 7 meses.
Testemunho completo neste artigo da IOL Mãe

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