Novo estudo relaciona Cólicas e Depressão Materna com Problemas Familiares
25 de Março de 2005
Algumas famílias com novos bébés confrontam-se, em relação a estes, com choro excessivo ou cólicas. E algumas mães atravessam depressão pós-parto (DPP), na sequência do nascimento dos seus filhos. Nenhuma destas situações é considerada saudável, mas um estudo recente publicado no Infant Mental Health Journal, concluiu que o impacto combinado das cólicas e DPP, pode ter um resultado altamente negativo.
Os investigadores relacionaram bébés com cólicas e depressão materna como tendo implicações no funcionamento geral de toda a família.
“Concluimos que sintomas severos de depressão nas mães estavam relacionados com bébés inquietos ou de temperamento difícil, stress parental mais elevado, auto-estima parental mais baixa e maior número de problemas no funcionamento familiar,” diz o autor Barry Lester , PhD, no Bradley Hasbro Children’s Research Center e na Brown Medical School.
(...)O seu livro mais recente, Why is My Baby Crying?, foi publicado o mês passado pela Harper-Collins, e é tido como “o guia de sobrevivência dos pais para lidar com os problemas do choro e das cólicas”.
”A causa, ultimamente mais atribuída pelos pais para o choro dos bébés são as cólicas,” como afirmam Lester e seus co-autores, ”logo uma possibilidade é que problemas relacionados com o choro, como as cólicas, funcionam como catalisador para disfuncões em famílias mais stressadas.”
Exemplos de disfunções familiares podem incluir falta de comunicação, confusão sobre os papéis de cada elemento, dificuldade na resolução de problemas familiares, pobre interação familiar e baixa resposta emocional.
(...)
“44% das mulheres que recorrem à Colic Clinic estão deprimidas, é uma grande percentagem e agora temos evidências que mostram que é prejudicial para toda a família,” diz Lester.
A depressão pós-parto tem sido descrita como a complicação pós-parto mais comum e a menos reconhecida, no entanto ocorre em 15 a 20% de mulheres no pós-parto. De acordo com a American Psychiatric Association, os sintomas de DPP incluém perda de interesse e de prazer nas actividades habituais, juntamente com alterações de sono e de apetite, perda de energia e/ou pensamentos recorrentes de morte, por um período de, pelo menos duas semanas.
Os autores esperam que este estudo incite os pediatras a fazerem mais perguntas sobre o o bem estar parental e familiar, no decorrer da consulta de rotina do bébé.
“Reconhecendo o risco potencial que o choro e a depressão materna apresentam, os cuidados pediátricos têm, aqui, uma oportunidade de apresentar soluções que possam prevenir futuros problemas no seio familiar,” concluem os autores.
25 de Março de 2005
Algumas famílias com novos bébés confrontam-se, em relação a estes, com choro excessivo ou cólicas. E algumas mães atravessam depressão pós-parto (DPP), na sequência do nascimento dos seus filhos. Nenhuma destas situações é considerada saudável, mas um estudo recente publicado no Infant Mental Health Journal, concluiu que o impacto combinado das cólicas e DPP, pode ter um resultado altamente negativo.
Os investigadores relacionaram bébés com cólicas e depressão materna como tendo implicações no funcionamento geral de toda a família.
“Concluimos que sintomas severos de depressão nas mães estavam relacionados com bébés inquietos ou de temperamento difícil, stress parental mais elevado, auto-estima parental mais baixa e maior número de problemas no funcionamento familiar,” diz o autor Barry Lester , PhD, no Bradley Hasbro Children’s Research Center e na Brown Medical School.
(...)O seu livro mais recente, Why is My Baby Crying?, foi publicado o mês passado pela Harper-Collins, e é tido como “o guia de sobrevivência dos pais para lidar com os problemas do choro e das cólicas”.
”A causa, ultimamente mais atribuída pelos pais para o choro dos bébés são as cólicas,” como afirmam Lester e seus co-autores, ”logo uma possibilidade é que problemas relacionados com o choro, como as cólicas, funcionam como catalisador para disfuncões em famílias mais stressadas.”
Exemplos de disfunções familiares podem incluir falta de comunicação, confusão sobre os papéis de cada elemento, dificuldade na resolução de problemas familiares, pobre interação familiar e baixa resposta emocional.
(...)
“44% das mulheres que recorrem à Colic Clinic estão deprimidas, é uma grande percentagem e agora temos evidências que mostram que é prejudicial para toda a família,” diz Lester.
A depressão pós-parto tem sido descrita como a complicação pós-parto mais comum e a menos reconhecida, no entanto ocorre em 15 a 20% de mulheres no pós-parto. De acordo com a American Psychiatric Association, os sintomas de DPP incluém perda de interesse e de prazer nas actividades habituais, juntamente com alterações de sono e de apetite, perda de energia e/ou pensamentos recorrentes de morte, por um período de, pelo menos duas semanas.
Os autores esperam que este estudo incite os pediatras a fazerem mais perguntas sobre o o bem estar parental e familiar, no decorrer da consulta de rotina do bébé.
“Reconhecendo o risco potencial que o choro e a depressão materna apresentam, os cuidados pediátricos têm, aqui, uma oportunidade de apresentar soluções que possam prevenir futuros problemas no seio familiar,” concluem os autores.
Este estudo foi publicado no volume 26(1) do Infant Mental Health Journal
Traduzido e adaptado por Cristina Carvalho
3 comentários:
Que giro... talvez explicará porque não senti nenhuma depressão na altura. É que o meu filhote praticamente nunca teve cólicas.
É engraçado ver que isso foi alvo de um estudo.
Por acaso nenhum dos meus dois bebés foi chorão... quer dizer, claro que choravam, mas não daquela forma continuada que tenho visto descrita, em que passam horas a chorar e não há nada que os acalme... Acho que deve ser deveras angustiante e deve deixar qualquer um de rastos. As poucas amostras que tive (porque há sempre alturas em que eles choram mais, por qualquer razão, e levam mais tempo para se acalmarem) deixaram-me de rastos! Imagino que se tivesse um bebé sistematicamente a chorar sem parar dava em doida!
É que acho que nesses casos o choro e os "nervos em franja" dos pais rapidamente se avolumam e alimentam, como um ciclo vicioso. Isto é, quanto mais o bebé chora mais enervada a mãe ou o pai ficam, e quanto mais enervados ficamos mais eles choram... porque eles sentem tudo o que nós sentimos, e respondem prontamente.
Achei interessante este post, precisamente por relacionar o choro dos bebés com factores emocionais, o que nem sempre acontece. Geralmente as pessoas, perante o choro, preocupam-se antes em procurar causas físicas (dor, fome, frio...), e a maior parte das vezes não é assim. O choro é a linguagem mais primitiva, é a forma de comunicação mais antiga. E associamos sempre coisas negativas ao choro, e às vezes pode não ser assim! Às vezes o choro pode ser mesmo uma forma de descarregar angústias acumuladas, resultante de estimulação a mais. E nós próprios, quantas vezes, ao chorarmos, não nos sentimos melhor?
É claro que, perante um bebé a chorar que não se cala de forma nenhuma, é muito natural que percamos a paciência e a calma. Uma coisa é a teoria, outra é a prática!
Por acaso nenhum dos meus dois bebés foi chorão... quer dizer, claro que choravam, mas não daquela forma continuada que tenho visto descrita, em que passam horas a chorar e não há nada que os acalme... Acho que deve ser deveras angustiante e deve deixar qualquer um de rastos. As poucas amostras que tive (porque há sempre alturas em que eles choram mais, por qualquer razão, e levam mais tempo para se acalmarem) deixaram-me de rastos! Imagino que se tivesse um bebé sistematicamente a chorar sem parar dava em doida!
É que acho que nesses casos o choro e os "nervos em franja" dos pais rapidamente se avolumam e alimentam, como um ciclo vicioso. Isto é, quanto mais o bebé chora mais enervada a mãe ou o pai ficam, e quanto mais enervados ficamos mais eles choram... porque eles sentem tudo o que nós sentimos, e respondem prontamente.
Achei interessante este post, precisamente por relacionar o choro dos bebés com factores emocionais, o que nem sempre acontece. Geralmente as pessoas, perante o choro, preocupam-se antes em procurar causas físicas (dor, fome, frio...), e a maior parte das vezes não é assim. O choro é a linguagem mais primitiva, é a forma de comunicação mais antiga. E associamos sempre coisas negativas ao choro, e às vezes pode não ser assim! Às vezes o choro pode ser mesmo uma forma de descarregar angústias acumuladas, resultante de estimulação a mais. E nós próprios, quantas vezes, ao chorarmos, não nos sentimos melhor?
É claro que, perante um bebé a chorar que não se cala de forma nenhuma, é muito natural que percamos a paciência e a calma. Uma coisa é a teoria, outra é a prática!
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