A melhor forma de evitar uma episiotomia é procurar em Portugal um hospital que não a faça rotineiramente. O que pode ser uma busca árdua. Mas é provável que se encontre.
Como evitar demasiada pressão no períneo para não rasgar?
Primeiro, não estar deitada, e muito menos de costas.
Segundo, esperar-se que o período expulsivo faça o seu trabalho.
Terceiro, umas compressas mornas aplicadas no períneo, fazem maravilhas, até no alívio daquele ardor típico de quando o bebé coroa.
Porque é que se rasga?
Porque normalmente não se tem paciência para esperar pelo bebé, e muito poucas vezes, raras até, porque o bebé é demasiado grande. A episiotomia deveria ser deixada para casos de emergência, já que não há evidências científicas que provem o seu benefício em todos os outros casos. Uma posição como a de cócoras ou de quatro (mãos e joelhos no chão) ajudam naturalmente à expulsão, sem pressão no períneo.
Paciência costuma resultar em muita coisa na vida. Esta é só mais uma. Já vi bebés com 4.900kg nascerem sem episiotomias nem rasgos!
5 comentários:
Obrigada pela rapidez. Tou de 34 semanas e estou sempre a pensar nisto. Pode falar de partos ou contar relatos?
Obrigada amg
da Mamãããã!!! em mfcf.blogs.sapo.pt:
Olá Doulas, vou - assim que o Sapo me permitir-, colocar a minha experiência da Cesariana a que fui sujeita, no meu Blog, há 3 anos atrás. Mas estou novamente grávida e interessada em parto natural. Já viajei pelos sites da OMS e Parto natural que indicam no V/Blog, mas preciso de informações mais específicas, como por exemplo, quando acompanharam o parto que aqui descrevem de parto natural após cesariana, levaram com vocês algum apoio médico ou enfermeira para fazer os testes ao bebé? Como é que isso se processa? Acompanham grávidas aos Hospitais e ficam ali ao lado, a "vigiar" o trabalho de parto, garantindo o respeito pelos desejos da mãe? Como é que é a Legislação portuguesa relativamente a partos em casa e o reconhecimento da função das Doulas?
Obrigada por qualquer informação que me possam disponibilizar.
Fico triste de ver sites e revistas portuguesas a incorrerem no reiterado erro de considerarem prática segura e normal a episiotomia, o parto deitada sem possibilidade de mobilidade, etc...baseiam-se na prática habitual, no desconhecimento e perpetuam práticas que a própria OMS já repudia....
Boa sorte e muita coragem, para ajudar a mudar mentalidades.
O interesse com que as pessoas colocam as questões e a ajuda que vos solicitam, é a prova provada da falta que vinham fazendo.
Há um mito óbstétrico de que cortar é melhor que rasgar. É preciso compreender que uma episiotomia é um corte profundo que atravessa pele, músculo, tecido conjuntivo e nervoso. Alguém no seu perfeito juízo acredita que todas as mulheres precisam de uma intervenção destas para ter um bebé? Pois é aquilo que acontece com a grande maioria das mulheres durante um parto hospitalar. Quando é permitida uma expulsão natural do bebé, numa posição verticalizada, às vezes a mulher pode até rasgar, mas o rasgão é frequentemente superficial e cura rapidamente sem grande desconforto. Eu tive as duas experiências. Fui cortada no primeiro desnecessariamente (era um bebé pequeno de 3 kg) e sofri durante semanas antes de conseguir andar normalmente ou sentar-me. Com o segundo que nasceu no carro (3,300kg), antes de chegar ao hospital, tive-o sentada no banco de trás e rasguei muito pouquinho. A recuperação foi rapidíssima, 2 ou 3 dias, como com um arranhão no dedo. A episiotomia de rotina é uma forma de mutilação feminina aceite por um modelo médico/cultural já ultrapassado noutros países.
Olá mfcf, obrigada pela visita e pelas questões tão importantes. Se precisar de alguma coisa escreva-nos para companhiadasmaes@sapo.pt
É verdade que na imprensa nacional ainda se dizem muitas incorrecções, mas para a semana sairá na Revista Xis (sai com o jornal Público ao sábado)uma reportagem sobre as doulas e a Companhia das Mães. Aí terá uma pequena janela para nós. Um abraço
Enviar um comentário